Guia para podas

Podar, cortar, desbastar, dar formas são todas maneiras de educar uma árvore ou um arbusto, para que alcance a fase adulta com aspecto harmonioso e robusto.

Assim como, ao observar nossos filhos atentamente para que não cometam desvios, nós nos obrigamos, ocasionalmente, a podar-lhes certas liberdades, também devemos zelar pelo futuro do jardim. Há ocasiões em que chega a ser doloroso cortar o galho de uma árvore: sentimos um certo receio de fazê-la sofrer, de machucá-la. Uma preensão quase idêntica &agravagrave;quela quando colocamos limites na conduta de um filho, temendo magoá-lo ou, ainda pior, temendo interferir em sua criatividade e sem seu destino.
Mas, noblesse oblige, não podemos nos furtar dos deveres essenciais que nos foram atribuídos e esses são, sem dúvida, os de educar nossas crianças tornando assim possível o desenvolvimento dos rebentos que trouxemos para o nosso jardim.

 

Por que uma lenhosa deve ser podada

1.Para eliminar ramos mortos ou doentes que, caindo a qualquer momento, poderiam machucar alguém.

2.Como medida profilática, evitando a propagação de uma doença.

3.Para corrigir uma tendência desacertada de crescimento que poderá deixar, como resultado, uma planta torta e desequilibrada.

4.Para moldar a copa permitindo uma maior entrada de ar, aumentando assim a florada.

5.Para que o tronco principal possa ser reto e firme, atendendo a propensão para a verticalidade.

 

Frequentemente observo “jardineiros de turno” transformarem a poda em uma operação traumática para a planta. Não há menor dúvida de que, com um facão e com um machado, esses irresponsáveis estão pretendendo moldar o crescimento de uma árvore, quebrando e rasgando sua galhada. Mas não podemos rotular tal tarefa como sendo poda.
A dendrocirurgia, ou poda, como é conhecido popularmente, só é feita quando absolutamente necessária para a planta. Da mesma maneira que uma intervenção cirúrgica é realizada como último recurso, depois de esgotados outros meios, a poda será feita quando o diagnóstico a indique como o melhor auxílio para o problema.
Nesse caso, o jardineiro podador deverá usar, além da técnica, ferramentas adequadas e em perfeita manutenção, com seus gumes amolados e devidamente desinfetadas, evitando assim a propagação de doenças. Uma tesoura afiada faz um corte preciso e limpo, evitando o esmagamento de tecidos e permitindo uma cicatrização mais rápida e imperceptível.

A poda é um recurso artificial para regular o desenvolvimento de árvores, arbustos e trepadeiras.

Essa operação pode ter as seguintes finalidades:
Estética (cercas, topiarias, revestimentos de muros, etc.)
Especulativa (incentivando a produção de frutos)
Curativa e de manutenção (controle de pragas e doenças, e limpeza)

A poda é uma operação necessária em qualquer dos casos acima citados, especialmente quando se trata de uma área com intervenção paisagística, mas deve ser feita de maneira correta, respeitando-se o desenvolvimento natural de cada espécie.
Depois de efetuado o corte com ferramenta adequada, é necessário untar a ferida com parafina, pasta selante Biofert Fix ou Calpik, ou também, quando o corte for pequeno, pingando-se uma gota de própolis.

Machados, serrotes e tesouras devem estar sempre afiados, limpos e desinfetados, caso contrário, podem transmitir doenças, vírus e fungos.

Troncos brocados ou com grandes cavidades podem ser tratados fazendo-se inicialmente uma raspagem para remover o tecido apodrecido até encontrar o tecido sadio. A seguir, é necessário fazer um tratamento profilático com pasta bordalesa, depois introduzir cavilhas de metal entrelaçadas que irão formar o núcleo de sustentação. Limpo e desinfetado, o buraco deve ser preenchido com cimento e, por último, para selar as bordas da casca, aplique mastique, cuja receita é a seguinte:

Ingredientes:
200g de cera de abelha
60g de breu
30g de sebo de vaca

Modo de preparo:
Derreta os ingredientes em fogo brando, misturando com uma espátula de madeira.

Autor: Raul Cânovas

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