Allagoptera arenaria

Conheci esta palmeira na década de 1960, no aterro do Flamengo, era a primeira vez que alguém prestava atenção nela e esse alguém se chamava Roberto Burle Marx. Ele soube tirar o melhor proveito plantando um grupo bem pertinho do mar; esse mar traz uma brisa carregada de sal, deixando as folhas sempre com um verde-cintilante mostrando, às vezes, o lado inferior levemente azulado.

Alguns anos se passaram, até descobri-las no seu habitat. Estava em Cumuruxativa, no Sul da Bahia, quando as vi em todo seu esplendor, salpicando as falésias íngremes que pareciam mais estáveis e seguras graças aos guriris, que fincavam seus troncos na areia; assim, de forma subterrâne e anárquica, esses caules preferiam ir em direção contraria a todos os troncos do mundo vegetal, só para viver nas areias brancas, olhando para o azul do mar.

 

Autor: Raul Cânovas

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