Welwitschia mirabilis

Esta é uma representante rara e desengonçada, nativa e endêmica no Deserto do Namibe, na Namíbia e Angola, Sudoeste do Continente Africano


Welwitschia mirabilis

Rasteira, essa planta é formada por um tronco que não cresce, com uma enorme raiz pivotante, que pode alcançar 30m de profundidade e apenas duas folhas coriáceas, em forma de uma larga faixa, que podem alcançar mais de dois metros de comprimento e 1,20m de altura, excepcionalmente 1,80m. Cresce ininterruptamente durante séculos, vivendo, segundo estudos biológicos, mais de 1500 anos.

Faz parte das gimnospermas, portanto uma planta primitiva, do período Jurássico, como os pinheiros. Mesmo vivendo nesta região, com uma área de cerca de 50 000km² de aridez extrema, a Welwitschia consegue captar a água do orvalho e do nevoeiro proveniente do Oceano Atlântico, distante a menos de 150km, através de suas folhas.

Esta espécie tem uma característica muito similar com as plantas suculentas, como as crássulas e os cactos. Durante o dia, as folhas mantêm os estomas foliares fechados, impedindo a transpiração, mas à noite eles abrem-se, para absorver o dióxido de carbono, necessário à fotossíntese. Tudo isto é para suportar temperaturas de 60° na sombra e uma umidade ambiente baixíssima.

Antílopes e rinocerontes se alimentam do suco das folhas durante o período de seca total. Felizmente, isto não causa grandes prejuízos à planta que é chamada de onyama (cebola-do-deserto) pois também é consumida pelos nativos, crua ou cozida em cinzas quentes.


Mulheres da etnia Himba, habitantes da região Norte da Namíbia

Por causa do jeito singular, que inclui seu crescimento lento, a Welwitschia é considerada uma espécie ameaçada. Mas aquelas localizadas em terrenos angolanos, onde é conhecida também como n’tumbo, estão mais protegidas que as da Namíbia, e pasmem, isto deve-se aos 15 milhões de minas terrestres que protegem o seu habitat e que foram disseminadas há mais de trinta anos, durante os conflitos entre a MPLA e a UNITA, para impedir o avanço das tropas inimigas ou mesmo isolar totalmente uma área.

O nome, bastante difícil de memorizar foi uma homenagem ào Dr. Friedrich Welwitsch (1806 – 1872), explorador austríaco, que contribuiu para o conhecimento desta e de muitas outras plantas de Angola.

Autor: Raul Cânovas

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