Quem tem o privilégio de morar em um penthouse, isto é, em uma cobertura, pode transformá-la em uma área de lazer fantástica
Desde a década de 1920, em Nova Iorque, os últimos andares dos edifícios sempre foram uma forma de morar de modo bastante seguro e com a possibilidade de ter uma área verde que, se bem “bolada”, pode parecer uma casa térrea com a vantagem, muitas vezes, de uma vista privilegiada.
A tendência de usar o último andar foi marcada pela Condé Nast Publications, que edita, entre outras: Vogue, Architectural Digest, Vanity Fair, The New Yorker. A decoradora e atriz Elsie de Wolfe, famosa na época, interferiu para que, em 1924, seus clientes reservassem os espaços superiores do prédio, que fica na Park Avenue, 1040 – Nova Iorque, transformando-os em imensos duplex rodeados por jardins.
Jardim interno da penthouse da Condé Nast’s na Park Avenue, 1040 Nova Iorque
Não estou falando de, apenas, um telhado verde. Quando falo em jardim estou me referindo a uma área projetada de forma a agregar mais um ambiente agradável ao apartamento. Com uma diferença: este é um espaço ao ar livre, onde estaremos livres do ar condicionado, dos tapetes e de toda essa formalidade que, mesmo fazendo parte do nosso cotidiano, por momentos nos exaspera. Sim, de vez em quando é necessário fugir dos ambientes fechados e buscar na natureza o restabelecimento das forças para continuar “tocando a vida”.
Além do mais, esses jardins reduzem o calor do edifício economizando energia e absorvem água das chuvas regularizando a umidade ambiente. Funcionam também como isolantes acústicos.
Desenho de Maurício Jun – Aquarela de Raul Cânovas
Este estudo, feito no meu escritório, contemplou uma churrasqueira estrategicamente projetada para que, na hora de assar a carne, o anfitrião não se isole dos convidados. Estes poderão sentar usufruindo da sombra de um bosquete de Cassia leptophylla e Feijoa sellowiana, em um banco fixo, feito de ipê. As formas, ora retas, ora curvas, têm como propósito disfarçar o formato do terraço, que é exageradamente convencional e reto. Arbustos e temperos completam a massa verdejante. Ainda tomamos o cuidado de dissimular a caixa d’água em cima do apartamento, construindo uma generosa jardineira perimetral, que receberá espécies xerófitas, isto é, que não dependerão de regas para sobreviver como: Yuccas, capins-dos-pampas e aptenias, entre outras. O piso será de tom pastel, feito de material refratário, atenuando os raios de sol.
Procure no nosso site, fazendo uma busca por "Apartamentos de cobertura: plantas indicadas". Encontrará uma relação de tudo o que pode ser cultivado no jardim das alturas.
Autor: Raul Cânovas