Para que serve uma análise de solo?

Através da análise de solo, o paisagista vai saber como está sua fertilidade e obter indicações corretas sobre o tipo e a quantidade de calcário e adubos a serem aplicados

 

 

 

Ainda é rara essa prática entre a maioria dos paisagistas e empresas que implantam áreas verdes. Tenho observado que, na maioria dos casos, esses profissionais se contentam “jogando” um pouco de NPK 10-10-10 ou 4-14-8, pensando que, desse modo, estão adubando corretamente as plantas existentes ou, aquelas que irão ser plantadas.

A nutrição vegetal é algo bem mais complexo. Biologicamente, talvez, possamos compará-la com o processo pelo qual assimilamos nossos alimentos que sustentam nosso vigor físico. Com o intuito de ficarmos mais “fortes” consumimos vitaminas e suplementos minerais, sem saber exatamente quais são nossas carências causando hipervitaminose — o nome técnico dado para o envenenamento por vitaminas —, além de outros efeitos colaterais, um exemplo são os suplementos com altas doses de ferro que podem levar à morte.

Nas plantas, o excesso de nitrogênio, por exemplo, pode resultar em predisposição à doenças e no ataque de pulgões. Os caules crescem demais e as folhas mais velhas ficam longas e descoloridas, enquanto as novas não progridem, atrasando a floração e, nas frutíferas, ocasionando uma baixa produção.

Em altas concentrações, também o fósforo mostra-se prejudicial, já que diminui a disponibilidade de zinco para as plantas, apresentando pequeno desenvolvimento. As folhas mais velhas ficam amareladas e depois pardas entre as nervuras, caindo prematuramente e manifestando raízes claras e mal desenvolvidas.

O estresse nutricional nas plantas se manifesta da mesma forma, no caso do potássio, cujo exagero perturba o sistema radicular. Ou do boro que, aumentado, acaba por motivar clorose, sintoma similar àquele que o cobre causa quando usado em demasia, deixando manchas aquosas e em seguidas mais escuras, enegrecidas.

Como se vê, colocar qualquer adubo traz mais problemas do que soluções, da mesma maneira que quando consumimos vitaminas sem orientação de um nutricionista ou de um médico especialista.

Atualmente é fácil e econômico mandar amostras à um laboratório, para fazer análises completas de solo, incluindo recomendações para adubação no pré-plantio, de acordo com as necessidades das espécies a serem plantadas. Isto traz uma grande vantagem no re-equilíbrio nutricional: as plantas conseguem aproveitar muito melhor a sua resistência natural, minimizando assim problemas com doenças e pragas e ao mesmo tempo evitando uso de agrotóxicos.

Muitos laboratórios incluem receitas de manutenções após as correções, para serem aplicadas mensalmente ou, com a freqüência indicada pelo paisagista. Uma delas é a Dessa Consult: www.dessa.com.br. Pode-se entrar em contanto também pelo e-mail: dessaconsult@dessa.com.br ou telefone 19-3802 1785. Seus proprietários são engenheiros holandeses formados pela Universidade de Wageningen, e há mais de dez anos desenvolvem trabalhos e pesquisas técnico-agronômicas, aplicadas em especial ao setor de agri-floricultura. Foram eles, na Gardem Fair de 2007, que durante o Congresso de Paisagismo que coordenei, deram uma palestra muito instrutiva, explicando as vantagens de realizar análises de solo sempre que projetemos ou implantemos uma área verde.

Com toda essa tecnologia que temos à disposição, na área de paisagismo, não encontro motivos para continuar fazendo coisas “a olho”. É o momento de utilizar todos os recursos disponíveis e facilitar o trabalho com resultados garantidos.

Autor: Raul Cânovas

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