O lado oculto do jardim

Realmente conhecemos cada canto, cada planta que palpita, a seu modo claro, nesse espaço que contemplamos hoje da nossa janela?

 

Para escolher melhor as árvores e os arbustos que irão crescer e viver no nosso jardim é interessante conhecer suas facetas, suas características, quem sabe, também seus mistérios acumulados ao longo de histórias recheadas de lendas e de magia. Imagine a evolução de uma simples roseira, pense como foi se acomodando neste mundo nesses 200 milhões de anos de existência. Um tempo e tanto se comparado a nossa própria existência que se resume a apenas 500 mil anos bem vividos. As rosáceas, agrupadas em 95 gêneros botânicos, foram se transformando, na medida em que evoluíam e precisaram adequar-se a situações diferentes. Algumas ficavam atarracadas, outras robustas e outras tantas se agarravam nas árvores procurando estar mais perto do sol.

Isto não aconteceu apenas com as rosas, mas com todas as plantas do nosso jardim, que foram se acomodando neste planeta, cada uma a seu modo e conveniência e assim traçando seu destino. Enquanto isso, é interessante como nos sentimos atraídos por algumas plantas e temos certa aversão por outras, descobrindo em algum momento explicações para esse sentimento em alguma narrativa antiga.

É por isso que o verde que imaginamos deve ser peculiar e incomum. Precisa ter “nossa cara” resultando em algo que espelhe nossos sentimentos, fazendo com que nosso inconsciente se alimente daquilo que realmente precisa.

Enquanto escrevo isto, lá fora está frio e chove. Fico pensando: será que elas, as plantas do meu jardim, são friorentas? Estarão curtindo essa ducha intermitente?

Autor: Raul Cânovas

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