por Raul Cânovas
Talvez a idéia que temos do Paraíso seja bem próxima de um lugar protegido do caos exterior. Na língua que os persas falavam muito antes de serem governados por Ciro II – O Grande, paraideza significava recinto ou, espaço fechado e compreendido dentro de muros. Eles imaginavam que este espaço celestial era uma espécie de sede dos bem-aventurados onde se podia gozar de todas as delicias divinas.
Você não acha que esse edênico espaço tem tudo a ver com um condomínio? Antes de me dar uma resposta eu já me atrevo a afirmar que sim; pelo menos em tese os condomínios tentam criar benefícios para que os moradores se sintam justos herdeiros de Adão e Eva; um dos mais notórios destes benefícios é exatamente aquele muro que circunda o bairro inteiro oferecendo uma tranqüila segurança, inclusive, para as crianças que vão e vem sem sustos para os pais; outro item interessante é o tamanho dos terrenos e o padrão das edificações, que apesar de, geralmente, não seguir modelos rígidos, mostram que as famílias em que ai reside têm estilos de vida mais ou menos parecidos.
Mas, o que verdadeiramente procuramos quando optamos por um condomínio simpático, todo pipocado de telhadinhos vermelhos, é recrear de alguma maneira aquela aldeia de nossos ancestrais, onde não se conhecia o estresse gerado por barulhos, poluição, trânsito caótico e outros embaraços ocasionados pelo avanço fantástico das grandes metrópoles, como São Paulo.
Por fim, o que sem duvida nos encanta é poder viver em um lugar rodeado por jardins que além do prazer estético nos brindam na qualidade de vida muito superior, já que as árvores que ali crescem propiciam uma depuração bacteriana ativa e reduzem, no verão as altas temperaturas. Outras das vantagens que as alamedas oferecem, além da sombra, claro, é a redução do som; para se ter uma idéia, cada metro de espessura de copa significa 10 decibéis a menos. E as enchentes? Pois é, as áreas verdes dificilmente alagam, pois conseguem absorver aproximadamente 95% das águas da chuva.
Por tudo isso, se morar em um condomínio não é exatamente estar no Paraíso, é pelo menos um passo em direção a uma opção pela qualidade de vida.
Autor: Raul Cânovas
