Independência do Brasil


"Independência ou morte", quadro de Pedro Américo (1888)

No dia 7 de setembro de 1822, um rapaz altaneiro, de 24 anos, gritava que o Brasil estava livre de sua dependência com Portugal. Vocês sabem, ele não era um moço comum, era um príncipe. Um príncipe de verdade que tinha herdado o título nobiliário, por causa da morte de seu irmão mais velho, Dom Antônio — que morrera quando ele, Dom Pedro, tinha apenas 3 ou 4 anos.

Dom Pedro teve uma infância aparentemente feliz, no Palácio de Queluz, no caminho de Lisboa para Sintra, onde brincava correndo pelos jardins desenhados pelo artista francês, Jean-Baptiste Robillion. Lá tinha de tudo um pouco: lagos, estátuas mitológicas que davam medo, canais que serviam para conduzir água do Rio Jamor, labirintos, pomar com laranjeiras, amendoeiras, damasqueiros e macieiras que dão frutos até hoje famosos pelo sabor delicioso.

A infância e os jogos duraram pouco, pois ,ainda menino, veio para América junto com toda a corte. Muito novo, casou e acumulou uma série de obrigações.

Dizem que, embora sua vida tenha sido curta, já que morreu com apenas 36 anos, viveu de maneira agitada e aventureira. Teve 2 casamentos e vários romances que lhe deram 18 filhos, amigos celebres, como foi o caso de Chalaça, quase um conselheiro oficial. Amava a música e a boa comida, enfim, um verdadeiro bon vivant, camarada e brincalhão, sem perder o garbo e a elegância.

Hoje, depois de 188 anos, os ipês, por aqui, continuam amarelos, com a mesma cor que talvez inspirou o losango da bandeira. É bem verdade que milhares foram derrubados, deixando o verde menos verde. Infelizmente, isso faz parte da Ordem e do Progresso. Mas seria tão bom se aproveitássemos este dia para lembrarmos um pouco mais da ousadia e da coragem daquele moço que proclamou a independência e, junto com ela, a possibilidade de hoje sermos livres para escolhermos nosso destino político.

Patriotismo é muito mais que orgulho daquele que torce: é o respeito pelos que lutaram por um Brasil livre, com autonomia para tomar suas próprias decisões.

 Autor: Raul Cânovas

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