O gênio que personifica a morte tinha um irmão, se chamava Hipnos. Os dois, Hipnos e Tânatos, eram filhos da morte.
Enquanto um se incumbia de derramar as sombras sobre os olhos do moribundo, o outro, que descansava apoiado no tronco de uma árvore, tinha por missão sair pelos campos levando um carrinho de mão para colher papoulas e dorme-marias — que serviriam como descanso aos homens.
Hipnos imaginava que as pessoas poderiam cair no sono, sumindo momentaneamente como as tulipas, os jacintos e os narcisos, para, mais tarde, ressuscitar. Não acreditava no término absoluto de qualquer coisa positiva, mas, sim, na passagem de um nível para outro superior.
Autor: Raul Cânovas