As árvores na amazônia são menos vulneráveis

Uma descoberta revelou que elas estão melhor preparadas para enfrentar as mudanças climáticas

Fragmento de floresta Amazônica madura dentro de uma área agrícola perto de Manaus.

O professor Simon Lewis, da University College London e da University of Leeds, divulgou na última semana, através do Instituto Smithsonian de pesquisas Tropicais (STRI sua sigla em inglês), que as espécies da nossa floresta equatorial estão melhor preparadas do que as que vivem em outros biomas, para enfrentar o aquecimento global. O informe, preparado por Christopher Dick, professor do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionista, na Universidade de Michigan, Estados Unidos e investigador associado do STRI, está fundamentado em um trabalho em equipe que consistiu em extrair e sequenciar o DNA, analisando o número de mutações genéticas nas sequências.

Indagando o tempo que seria necessário a cada floresta para acumular o número observado de modificações biológicas, os cientistas acharam uma idade mínima para cada uma das essências arbóreas investigadas. Dick ficou surpreso ao constatar que nove delas existem há, pelo menos, 2,6 milhões de anos; sete há 5,6 milhões e três há mais de oito milhões de anos. Isto confirma que sobreviveram a outras eras geológicas com altas temperaturas, como as que sugerem as teorias sobre o aquecimento atual do nosso planeta.

Entretanto, “ depois de ter atravessado fases de frio no decorrer dos últimos milhões de anos, algumas espécies podem ter sucumbido, sem conseguir as adequações indispensáveis para enfrentar as variantes climáticas”, alertou o pesquisador.

As consequências destas pesquisas conduzem a discussões polêmicas, em cima das afirmações prognosticando a extinção de plantas que não suportariam as elevações de temperatura da Terra.

Eldredge Bermingham, diretor do Smithsonian Tropical Research Institute, em Panamá desde 2007, coautor desses estudos pormenorizados, ressaltou que o resultado mais expressivo foi a descoberta de velhas alterações geográficas existentes nas espécies. Disse também que um grande número de árvores da floresta pluvial estavam vastamente repartidas antes da elevação da Cordilheira dos Andes.

Lewis, que em 2011 recebeu o Prêmio Philip Leverhulme reconhecendo o impacto internacional da sua pesquisa, deixou claro que “o passado não é comparável de forma hereditária com o futuro”, entretanto admitiu que o desmatamento deve ser coibido, frente as mudanças climáticas que afetam globalmente. Isto porque uma das principais questões que a humanidade enfrentará no século 21 será tratar como uma população, de pelo menos oito bilhões de pessoas, pode levar vidas longas sem violar os limites ambientais causadores de perturbações sociais, econômicas e ambientais graves.

Autor: Raul Cânovas

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