Umidade do ar nas cidades

Na última semana, várias cidades têm sofrido com a baixa umidade ambiental. Em São Paulo, o bairro da Mooca registrou a pior qualidade do ar, segundo a CETESB (Companhia de Saneamento Ambiental do Estado), no último domingo. Os efeitos da poluição são intensos por causa da baixa umidade do ar. 

A falta de áreas verdes e de árvores no bairro dificulta a dispersão de poeiras ocasionadas pelo trânsito de veículos na Radial Leste — uma das vias mais movimentadas da cidade. O nível de ozônio, segundo a própria CETESB, alcançou 203, sendo 101 a marca máxima recomendada.

No interior do Estado há pelo menos seis regiões cuja umidade está abaixo do índice de 30%, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Barretos, Araraquara, Araçatuba, São José de Rio Preto, Votuporanga e Lins registraram índices menores de 25%, nível de clima de deserto. A queima da cana e os processos de desmatamento colaboram para que isto aconteça.

Nas Regiões Norte e Centro-Oeste mais de quatro mil focos de incêndio foram registrados por causa da seca.

Onde existe uma vegetação arbórea significativa, o vapor de água sobe para a atmosfera e se acumula em forma de nuvens, possibilitando chuvas e, assim, o aumento da umidade relativa do ar. É por esse motivo que as ruas arborizadas possuem a temperatura do ar mais amena e a umidade relativa do ar mais elevada do que em vias sem vegetação significativa.

Para se ter uma ideia, às 16 horas de ontem (25/08), aferi a temperatura e a umidade relativa ambiente, no cruzamento das Avenidas Rebouças e Brigadeiro Faria Lima, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Os resultados foram:

1.No canteiro central, próximo ao refúgio dos ônibus: 33,4° C de temperatura e 21% de umidade do ar.

2.Nos jardins do térreo do conjunto de edifícios Mario Garnero, a 50 m de distância, em uma área arborizada: 26,1° C de temperatura e 38% de umidade do ar.

Temos, portanto: 7,3° C a menos na temperatura e 17% a mais de umidade relativa do ar por influência da arborização.

Árvores aportam conforto climático, não são apenas elementos de estética.

Autor: Raul Cânovas

 

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