UM POMAR PARA O SUL DO PAÍS


Foto: Magnus Manske – Pitangueira

Selecionamos quatorze árvores frutíferas que, por serem nativas na região subtropical úmida, são de fácil cultivo. Este pomar pode ser organizado em áreas de campos, na mata dos pinhais ou em espaços de mata atlântica, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

VENTOS

Os ventos frios que varrem a região desidratam e, às vezes, queimam as folhas, além de dificultar a brotação e o florescimento da planta. Contudo, esses mesmos ventos impedem, muitas vezes, a formação de geadas quando o ar quente se encontra com as correntes frias. Quando surgem ventos secos e quentes ocorre desidratação e conseqüentemente podemos ver derrubada de folhas, flores e frutos.

Por isso é importante situar o pomar em um local abrigado dessas ventanias. Geralmente as áreas de fundo de vale são mais protegidas e férteis; as cercas quebra-ventos feitas com árvores e/ou arbustos também minimizam o problema, porém esses renques devem estar a pelo menos 15 m de distância das frutíferas para não “roubar” água nem nutrientes. Álamo-piramidal, acácia-negra, casuarina, cedrinho, grevílea, pinheiros e plátanos são indicados para essa função.

PLANTIO

Devemos levar em conta que, as mudas viverão no mínimo dez anos e que permaneceram no mesmo lugar de onde terão que retirar, não apenas água, mas também os nutrientes necessários para frutificar de modo eficiente.

O solo deve ter uma boa permeabilidade para não ocorrer encharcamentos e deve estar limpo de ervas daninhas. A cova deve ser feita de forma cúbica, medindo: 60 x 60 x 60 cm; no fundo dela será colocado 200 g de calcário dolomítico, afofando em seguida para que se misture ao solo existente; a terra retirada da superfície é colocada por cima e pode ser enriquecida com um pouco mais desse calcário, 100 g e 500g de farinha de ossos, 300g de superfosfato simples, 100g de sulfato de potássio, 3 kg de cama de frango e 20 kg de composto orgânico. Em seguida, depois de retirada a embalagem, plante a muda tomando o cuidado de que as raízes não fiquem enoveladas ou emaranhadas. Coloque o restante da terra adubada, observando que a planta fique uns centímetros acima do nível do solo existente, já que haverá uma acomodação posterior. Deve se regar em abundância durante o plantio, isto evitará um contato prolongado das raízes com o ambiente externo. Por último, faça uma coroa em redor da muda cobrindo-a com capim seco.

Considere o distanciamento entre as árvores, levando em conta o tipo de solo, o clima da região e as futuras podas de formação. Por exemplo, a goiaba-serrana deve ser plantada a uma distância mínima de 4 m da mais próxima. É interessante, por questões de polinização, plantar duas ou mais mudas da mesma espécie.

Autor: Raul Cânovas

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *