O jardineiro bem equipado

Como é possível manter um jardim com ferramentas rudimentares e mal conservadas?

Lembro que, há 20 ou 30 anos, era normal assistir um bando de jardineiros maltrapilhos, armados de alfanjes e tesourões de poda, dando “um trato” no jardim. Assim que desciam daquela perua gasta e com aposentadoria adiada, dividiam as tarefas: enquanto uns cortavam a grama, outros podavam a cerca e os arbustos. Outro, especializado em canteiros, afofava a terra com um pauzinho (geralmente um toco de cabo de vassoura). Ah, tinha também aquele que varria as aparas e restos de poda com uma vassoura meio detonada e o que fumava um cigarro… geralmente na companhia de um colega que, claro, também fumava.


"Jardineiros" trabalhando

Levavam dias para terminar a empreitada, irritando o contratante que reclamava porque os serviços não tinham ficado do jeito que ele imaginara, não pagava ou pedia um abatimento no valor estipulado e, o pior, não queria voltar a ver a cara dos jardineiros. Era um sufoco!

Os tempos mudaram. Não compensa mais empregar uma suposta mão de obra barata, locomover-se com veículos caindo aos pedaços e trabalhar com ferramental antiquado e em mau estado de conservação. É mais econômico e rentável manter um quadro de funcionários capacitados que, exatamente por serem mais bem treinados, conseguem executar as tarefas de manutenção de forma rápida e eficaz, deixando o cliente satisfeito e predisposto a recomendar outros clientes. Utilitários em bom estado de conservação e limpos dão uma boa impressão, mas o que é certamente imprescindível é o equipamento, isto é, o ferramental e as máquinas que auxiliarão as atividades. Por exemplo: como podemos cuidar de um jardim com apenas um tipo de tesoura de poda? É importante carregar um podão com amortecedor para galhos grossos, uma de poda aérea com cabo, uma para aparar grama, outra com lâminas curvas para poda de arbustos e uma desfolhadora para cortes mais delicados.

As máquinas são hoje obrigatórias. Em uma área com algumas árvores e arbustos é muito mais prático usar uma motosserra leve, com peso de pouco mais de 3 kg que consegue cortar galhos grossos em segundos de forma precisa, sem deixar lascas, evitando que o corte propicie a entrada de fungos. Algo parecido com bisturi elétrico que coagula o sangue logo após o corte, evitando hemorragias e reduzindo sangramentos.


Jardineiro capacitado podando cerca

Igualmente os aparadores de grama elétricos são de uma utilidade grande. Além da praticidade para ligar e sair usando, possuem um design especial e são ergonômicos, assim como os pulverizadores de última geração, mais potentes e leves, com amplitude do jato muito maior que os tradicionais, alcançando até 12 metros na posição horizontal e mais de 11 metros, na vertical. Perfeitos para aplicar calda bordalesa nas mangueiras de grande porte atacadas por fungos, ou um adubo foliar espalhado na forma de microgotículas em outras árvores e arbustos em tempo recorde.


Jardineiro pulverizando
 

Podadores de cercas vivas com motor a gasolina, levíssimos, e um soprador de mão, para varrição, facilitando a limpeza são outros suportes que deixaram de ser luxo transformando-se em auxiliares essenciais na manutenção de jardins. É bastante comum na Europa, nos Estados Unidos, Canadá, enfim, nos países onde a mão de obra é cara, ver duas pessoas dar conta de uma área verde de mais de 1.000 m², cuidando do gramado, da vegetação, das cercas e dos canteiros de forração, em apenas 6 horas de trabalho.

O lucro está aí, na capacitação e no equipamento de ponta!

Autor: Raul Cânovas

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