Hoje é o aniversário de Frank Gehry

E casualmente também comemoro meu natalício

Frank Gehry, na Cleveland Clinic

O arquiteto canadense, naturalizado norte-americano, transformou a técnica de projetar edifícios, no século XX, em algo bem distante dos abrigos da intempérie do homem primitivo. Ganhador em 1989 do Pritzker Prize, algo assim como o Nobel da arquitetura, um ano depois de Oscar Niemeyer, fez com que a arte e a física andassem de mãos dadas para conceber obras como: o Walt Disney Concert Hall, uma casa de espetáculos em Los Angeles, Califórnia, o Hotel Marqués de Riscal e o Museu Guggenheim Bilbao, os dois na Espanha e seu último projeto a Cleveland Clinic para tratamento de saúde mental, na cidade de Las Vegas, inaugurada em julho de 2009.

Museu Guggenheim Bilbao

Frank Gehry incitou uma revolta contra a estética conservadora, lembrando o autor de “El Hombre Mediocre” o ítalo-argentino José Ingenieros (1877 – 1925), que disse certa vez “Sem ideias, a evolução humana seria inexplicável”.

Walt Disney Concert Hall

Acredito que cada um de nós possuímos um gênio, um ancestral longínquo que cuida da gente, zelando para que nada de mau nos aconteça. Na mitologia romana eram feitas ofertas a esses seres quase divinos, em meio a cerimônias nas datas em que eram comemorados os aniversários natais, eram rituais de proteção para prevenir a má sorte e outros influxos místicos e mitológicos. Primeiro os gregos e depois os romanos, criaram a ideia de bolo de aniversário, adornado com velas. Os aniversariantes ofertavam um bolo de mel com formato de lua e velas acesas à deusa Ártemis (Diana, para os romanos), colocando-os nos templos em sua honra. Seguramente Gehry deve estar ligado estreitamente com seus gênios, que inspiram um trabalho orgânico e desconstrutivista, desafiando equações da física e aproveitando novas tecnologias e materiais.

Hotel Marqués de Riscal

Hoje também faço mais um ano de vida, andando pelos jardins deste mundo e lembro de uma estória envolvendo a deusa Ártemis. Contam que ainda criança, Zeus – pai de todos os deuses do Olimpo – lhe perguntou sobre qual seria o maior presente, o maior desejo de aniversário e ela lhe pediu, sem vacilar, que lhe permitisse andar livremente pelos bosques, integrada com a natureza. O pai de imediato realizou seu sonho, transformando Ártemis na deusa serena da luz, das florestas e da caça, para que pudesse, junto à sua corte de ninfas, ser uma fonte fecunda, uma força inspiradora de todos aqueles que transformam em arte as coisas desta vida.

Peço à Ártemis que continue inspirando a genialidade de homens como Frank Gehry e que como ela me permita andar sem destino, ociosamente, pelos jardins sonhados em meus devaneios, sentindo a luz serena que motiva meu trabalho de jardineiro.

Autor: Raul Cânovas

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