Dia do Florista: flores também deviam ser consideradas vitais

Hoje é celebrado o Dia do Florista. São cultivadores, artistas florais, comerciantes que fazem com que a flor se torne um alimento da alma.

 
Como seria salutar se pudéssemos ter uma flor na mesa em que fazemos nossas refeições. Como o nosso âmago se animaria frente a um buquê perfumado na sala onde trabalhamos. Sei que há outras prioridades na rotina do brasileiro, mas até que ponto essa não seria também uma das coisas a ser considerada vital, quando inventariamos necessidades?

Lembro que em 1982, logo quando acabou a Guerra das Malvinas, entre Argentina e Grã- Bretanha, estava em Mar Del Plata, tomando um café em frente a Plaza Colón. Chamou a minha atenção o fato de que os canteiros de flores acabaram de ser renovados. Luziam impecáveis, rodeados de gramados sem defeitos. Eu, (estou arrependido até agora) conversando com a pessoa que me atendia, falei: "Puxa! Que curioso! Vocês se queixam de uma recessão terrível causada pelo recente conflito. Falta de emprego, de dinheiro… No entanto, apesar do declínio econômico, se dão ao luxo de plantar centenas de flores na praça". Ele, pacientemente, respondeu: “Sim, senhor. Desculpe, mas flores são imprescindíveis no momento que vivemos”. Não me esqueço desse momento e da minha insensibilidade.

Os argentinos consomem quatro vezes o que aqui gastamos com flores e, olha só, os alemães vinte três vezes mais do que a gente. Também estamos atrás, como produtores, dos colombianos e dos equatorianos que, por sua vez, também ficam longe dos cultivadores norte-americanos, japoneses e holandeses: juntos, estes detém 50% da produção mundial de flores de corte.

Mas não quero me sujeitar a números. Prefiro insistir na míngua cotidiana das coisas que garantem um sorriso de esperanças. Pense nisso. Depois, vá depressa comprar uma flor para você.

Autor: Raul Cânovas

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