Dia da Conservação do Solo

15 de abril é a data que foi preferida para esta comemoração, homenageando Hugh Bennett (1881 – 1960), que nasceu nesse dia


Bennett fundou e comandou o Soil Conservation Service, uma agência federal nos Estados Unidos que mudou o nome para Natural Resources Conservation Service. Depois de formado, na Universidade da Carolina do Norte, foi inspetor de solos e percebeu que a erosão era um grave problema não apenas em seu país, mas também no resto do mundo, Escreveu: “Erosão: A Ameaça Nacional”, livro que chamou a atenção das autoridades da época e dos fazendeiros americanos para a conservação do solo, ensinando formas de manejo que preservavam a estabilidade e a fertilidade dos terrenos cultivados.


Hugh Bennett (de terno)

Em 1930, um deputado pelo Estado do Texas, James Buchanan, através de uma lei que alterou as diretrizes orçamentárias, conseguiu que fosse construída uma série de estações experimentais em locais escolhidos por Bennett. Lá eram avaliados o solo, as rotações de cultura agrícola, o desgaste produzido pelas águas sobre as superfícies do solo e a utilização de fertilizantes.

Anos mais tarde, em 1943, Bennett foi o presidente da Associação de Geógrafos Americanos, recebendo várias honrarias, tais como o Prêmio Frances K. Hutchinson, do Garden Club of América, em 1944 e o da Sociedade Americana de Agronomia, em 1947.

Acho importante entender hoje que, apesar das revoluções tecnológicas surgidas desde aquela época, a exploração irracional continua degradando o solo de modo a prejudicar sua estrutura e esgotar seus nutrientes, levando muitas vezes ao abandono de terras que, mal cultivadas, esgotaram sua capacidade de produzir. O desmatamento, as queimadas, os agrotóxicos aplicados em excesso, reduziram drasticamente a produtividade. Áreas cultivadas para pastagens ou culturas anuais, com pouca fertilidade e pH baixo, tem ocasionado também quedas na produção, não apenas no Brasil, mas em vários países, especialmente naqueles localizados na América Central.

Utilizando tecnologias modernas, é perfeitamente viável aumentar a produtividade da agropecuária sem expandir as áreas agrícolas. Segundo o agrônomo e pesquisador Armindo Kichel, especialista em áreas degradadas da área de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária da Embrapa, a estimativa de produção de carne em Mato Grosso do Sul é de 40 kg/ha/ano. Com Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a produtividade média seria de 250 kg/ha/ano.

Nada mal. Um crescimento de 525% e uma reflexão para aqueles que pretendem aumentar as fronteiras agrícolas sob alegação de que isto produziria mais alimentos.

Autor: Raul Cânovas

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