Adeus, 2010!

 

Fui sempre um viageiro imaginador, um turista mental que descobria lugares sem pagar passagens, algo assim como um passageiro clandestino que voava na 1ª classe da “Quimérica Airlines”. Preciso reconhecer que nem sempre foi assim. Quando criança preferia navios piratas, sem bandeiras ou destinos e tampouco com hora marcada para chegar a porto algum. O importante era aventurar-se, sentir o vento no rosto e o gosto dos diferentes mares. Lembro de ter estado em tantas e tantas cidades e, &agraagrave;s vezes, em pequenos vilarejos que alimentavam cada vez mais a necessidade de descobrir coisas, de conhecer o que há de mais estranho e ignorado, abrindo trilhas na mata intocada. Ou deixando pegadas na areia de um deserto à procura daquele oásis frondoso, onde as sombras eternas das tamareiras rejuvenescem as almas cansadas.

Descobri que a melhor agência de viagens é aquela que vende transportes para nossas fantasias. Que não é necessário um avião ou um navio para arribar ao porto dos marinheiros felizes e que o ancoradouro perfeito é aqui mesmo, onde as plantas nunca cansam de florescer, como que dizendo: “produz, adorna tua vida com cores e perfumes e enfia a cara em todo começo de dia, para sentir o orvalho que a aurora te traz”

O ano está completando, com seus últimos dias, uma década. Nos minutos finais não se esqueça de lhe dar um adeus saudoso. Talvez ele tenha deixado alguma imagem que você não queira esquecer, uma melodia à ser lembrada, um cheirinho que ficou impregnado no seu coração. Qualquer coisa que estimule 2011 a repetir aquilo que foi bom até aqui.

Tristezas? Que é isso?

Lembre-se que o jardim não se cansa de dar flores porque julga que esta é a melhor forma de sorrir para o céu.

Autor: Raul Cânovas

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